Na manhã desta terça-feira (13/5), o Condomínio Verde participou da reunião promovida pela Administração Regional do Jardim Botânico sobre o plano regional de combate à proliferação do caramujo africano (Achatina fulica), espécie invasora que preocupa moradores, síndicos e autoridades ambientais.
O encontro contou com a palestra do biólogo Israel Martins Moreira, da Secretaria de Saúde do DF (Diretoria de Vigilância Ambiental em Saúde), que destacou os principais riscos à saúde humana e animal relacionados a essa espécie, além de apresentar orientações de prevenção e manejo.
O que é o caramujo africano e por que representa risco?
Introduzido no Brasil na década de 1980 para a produção de escargot, o caramujo africano se tornou uma praga urbana. Por ser uma espécie exótica e não possuir predadores naturais no país, sua proliferação ocorre de forma descontrolada, especialmente em áreas verdes e durante períodos de clima ameno, como transição entre estações de chuva e seca.
Trata-se de um molusco hermafrodita, com média de 2 a 5 posturas de ovos por ano, podendo ultrapassar 2.000 ovos anualmente. Seus ovos também podem ser transportados acidentalmente em compostos e substratos vegetais, facilitando a dispersão para novos ambientes.
Além do impacto ambiental, o caramujo africano pode transmitir doenças como meningite eosinofílica e enterite eosinofílica, especialmente em crianças, animais de estimação e pessoas imunossuprimidas. Humanos podem contrair a doença ao consumir acidentalmente larvas do parasita presentes no corpo do molusco contaminado ou em alimentos mal lavados que tiveram contato com ele, e não necessariamente por contato direto com ratos.
Medidas de prevenção e controle
Para evitar o contato com o molusco e seus ovos, recomenda-se:
Armadilhas podem ajudar, mas não substituem a catação cuidadosa
Durante a reunião, também foi compartilhada uma prática adotada por alguns síndicos: o uso de armadilhas simples para facilitar a catação. A ideia é estender uma lona em área sombreada e colocar frutas atrativas (como mamão e banana), flores ou até mesmo um pouco de cerveja — itens que atraem os caramujos, concentrando-os em um único ponto.
Essa estratégia pode ser útil especialmente em áreas com vegetação densa ou difícil acesso, mas é fundamental reforçar que ela não substitui a necessidade da coleta minuciosa. Muitos caramujos e, especialmente, os ovos, permanecem parcialmente enterrados durante os períodos de seca e calor, o que exige atenção redobrada. A retirada completa, com uso de luvas, continua sendo a principal forma de controle da infestação.
Mobilização regional e próximos passos
Durante a reunião, o Diretor da Cooverde, Daniel Velho, questionou a ausência de um plano de combate em nível distrital. O biólogo responsável pela palestra sugeriu que o Instituto Brasília Ambiental (IBRAM) seja acionado para monitorar o caramujo africano e criar um plano com ações práticas para controlar sua proliferação em todo o Distrito Federal.
O Condomínio Verde reforça seu compromisso com a saúde pública e o meio ambiente e continuará participando ativamente das discussões e ações regionais para conter a proliferação do caramujo africano.